Toca da Raposa

“Será que lá vai ter raposa?”

“A gente vai comer a comida dos índios?”

“Mas a gente vai entender o que eles vão falar? E eles vão entender a nossa língua?”

Foram muitas perguntas, curiosidades, preparo e organização para irmos à Toca da Raposa. E finalmente chegou o tão esperado dia…

A vontade de ver de pertinho o que pesquisaram, era muita! Quando chegamos fomos recebidos pelos monitores Abacaxi e Coqueiro. Cada criança foi responsável por pegar sua mochila e levá-la até o refeitório, onde tomamos um lanche. Já no caminho, vimos alguns animais, como uma raposa comendo um abacate, uma arara azul e vermelha e um macaco. 

Depois de uma breve caminhada, chegamos ao “pátio da aldeia”, onde assistimos às apresentações dos indígenas Kuikuros, que significa Peixinho Bicudo. “Lá tinha duas grandes ocas e um grande espaço de areia onde eles dançaram, atiraram arco e flecha e tocaram a taquara que é uma flauta bem grande!”. “Teve uma dança que os homens usavam uma saia de palha e as mulheres seguravam nela. Eles também tinham chocalhos nos pés e batiam muito forte para sair o som.” Depois de algumas apresentações fomos convidados a participar, e muitas crianças resolveram se aventurar. Algumas até se  arriscaram  a “lutar” Uka Uka, com os curumins, brincadeira de luta em que ganha quem tirar uma perna do adversário do chão, ou quem deitá-lo de costas.

Dali, seguimos nosso passeio e entramos nas ocas para vermos como eram por dentro: “ela é toda feita de palha e eles cozinham lá dentro porque sai uma fumaçinha que faz uma gordura e cobre os buraquinhos para não ter goteira dentro e também tinha um tronco bem grande no meio para segurar a casa.” Um pouco mais à frente chegamos a uma tenda onde algumas mulheres indígenas preparavam beiju com peixe, comida tradicional dos Kuikuros. As crianças experimentaram e adoraram! 

Aliás, neste momento a fome estava começando a bater e voltamos para o refeitório para o almoço. Tudo muito gostoso e todos se alimentaram muito bem.

Continuamos nosso passeio, e fomos ver as pinturas enfeites indígenas: “os homens se enfeitam mais por causa da natureza, porque os machos são mais bonitos, como o leão que tem a juba e a leoa não tem, então eles que usam o cocar”, “As mulheres só se pintam no rosto e nas pernas, com o urucum. Elas só podem pintar os olhos e o tornozelo, e na bochecha elas pintam o desenho do peixe que é uma setinha.” As crianças puderam carimbar em seus corpos um grafismo indígena. Visitamos também um museu com objetos de pesca, caça e instrumentos que o pajé costuma usar em algumas situações.

Ainda deu tempo de brincar no escorregador de farinha, de desbravar uma trilha de arvorismo (que é um grande brinquedo, em que precisam se equilibrar e caminhar para chegar num escorregador), e, como não poderia faltar, ainda treinaram de atirar com arco e flecha!

Nosso passeio chegou ao final, e antes de partirmos tomamos mais um lanche. No caminho de volta, as crianças conversavam entre si sobre as novas aprendizagens e descansaram, chegando até a dormir… Afinal, foi um dia de muitas aventuras, trocas e descobertas que ficarão na memória de todos.


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